Folguedo que, introduzido pelos portugueses, ainda se manifesta nas regiões do Estado onde predomina a colonização lusa. Consiste num grupo de pessoas, cantores e instrumentistas que percorre as casas nas cidades, vilas e fazendas, anunciando o nascimento do Menino Jesus, durante o Cicio Natalino (de 24 de dezembro a 06 de janeiro). Esses grupos são formados geralmente por homens, existindo casos em que mulheres também participam. Isso ocorre quando o temo é formado por pessoas da mesma família. (Na foto ao lado o grupo Irmãos Chaves faz uma apresentação na Praça Central de Mostardas). O grupo costuma sair no inicio da noite, e as visitas se prolongam até o amanhecer. A permanência nas casas depende da acolhida, mais ou menos, calorosa dos visitados. O Terno desenvolve-se em diversas fases: a Chegada, quando entoam em frente da casa, ainda com a janela e luzes apagadas. (Entre os descendentes de Italianos, em Putinga, acredita-se que propicie maior felicidade à família, cantarem mais de duas estrofes fora da casa). Logo o grupo saúda os donos da casa e pede licença para entrar. Louva o Menino, já em frente do presépio. Os donos da casa e demais visitantes são homenageados com versos específicos. A cantoria só é interrompida quando o anfitrião oferece comes e bebes. Recomeça o canto. Eventualmente pode ´correr o chapéu´ para o ´pedido de reses´.Mais tarde o Temo se retira, após ter cantado o agradecimento e as despedidas. Os versos são cantados pelo Mestre e repetidos pelo coro. Ajudante de Mestre. Contramestre. Ajudante de Contramestre e o Tipe (voz aguda).A indumentária usada é a roupa domingueira. Geralmente três pessoas do grupo, dois brancos e um preto, vestidos com mantos e coroas simbolizam os Reis Magos. Quando o dono da casa sabe da visita (por ter sido anteriormente avisado) previne-se convidando outros parentes, amigos e preparando uma mesa para recepcionar o Terno. Outras vezes é surpreendido como por assalto pelo Temo e oferece apenas, o que pode improvisar.Se a porta não é aberta para receber os ´ tiradores do Terno, estes cantam, em desagravo, o ´Barba de Farelo´: Já cantemo e recantemo E tornemo a recantá Este Barba de Farelo Não tem nada pra nos dá ou Os versos que aqui cantemo Tornemo a descanta Que este Barba de Farelo Não tem nada pra nos dá. Pode ocorrer também que o dono da casa não abra a porta, em sinal de luto, neste caso o Temo retira-se em silencio.É tradicional ao se encontrarem mais de um Temo na estrada, um dar voz de prisão ao outro em versos. O que está preso não pode cantar mais aquela noite ou fica obrigado a cantar com o vencedor sob o comando de outro Mestre.Esse fato, muitas rezes, provoca briga entre os grupos, tendo sido abolido em alguns lugares.